quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

1 a 13 / julho / 2009: Solidariedade Turismo em Santa Maria dos Pretos (comunidade negra brasileira capita Maranhão)

Solidariedade Turismo em Santa Maria dos Pretos - Maranhão



TRADUÇÃO DO CONVITE ORIGINAL

1 a 13 / julho / 2009: Solidariedade Turismo em Santa Maria dos Pretos (comunidade negra brasileira capital Maranhão)


Nós oferecemos uma jornada de trabalho, os intercâmbios culturais, de contemplação, lazer e aventura no Norte do Brasil.
A região "pré Amazônia", uma mistura do ecossistema e da cultura amazônica com o Brasil Central (cerrado)
A viagem inclui:
5 dias de trabalho para melhorar a habitação ea saúde. Reprodutores suínos e organização de desenvolvimento da Permacultura;
5 noites de festas e celebrações;
1 noite em São Luiz o mais francês da cidade do Brasil, capital do estado do Maranhão;
5 dias nos Lençóis Maranhenses. Limpar água dos lagos, rios, praias de água doce e dunas;
OPCIONAL: 2 dias para Alcântara, praia, artesanato, festas e bailes de black "quilombolas".
Os Quilombolas: no Brasil: A comunidade de escravos negros-marrons.
A "marrom negro" é o escravo que fugiram do seu proprietário, que fugiram em uma região de difícil acesso.
Algumas comunidades quilombolas foram encontrados 15 anos atrás somente em áreas muito isoladas de Goiás, o planalto central brasileiro. Eles viveram fora da civilização e tudo provavelmente não sabem que a escravatura tinha sido abolida há mais de um século ...
Anormal TURISMO - francófonos Sociedade para o Desenvolvimento do Turismo Sustentável e Solidariedade no Brasil.
(Sociedade Francofonica pelo Desenvolvimento do Turismo Sustentável e solidário no Brasil)
tourisme.insolite @ gmail.com
http://tourisme.insolite.bresil.googlepages.com/to- - urismeinsolite
Telefone 00-55-61 - 8144 8483
Nome do Skype - valdofranca
msn consultor.valdo.saneamento @ hotmail.com
http://www.ashoka.org/fellows/viewprofile3.cfm?rei- - d = 96386htt


CONVITE ORIGINAL

1 a 13 / Juillet / 2009 : Tourisme Solidaire à Santa Maria dos Pretos (communauté de noirs brésiliens habitant le Maranhão)


Nous proposons un voyage de travail, d'échanges culturels, de contemplation, d'aventure et de loisirs dans le Nord du Brésil.
C'est la région "pré-Amazonie", un mélange de l'écosystème et de la culture amazonienne avec le Brésil Central (la savane brésilienne)
Ce voyage comprend:
5 jours de travail pour améliorer les habitations et la santé. Organisation de l'élevage de cochons et développement de la permaculture;
5 soirées de fêtes et de célébration;
1 soirée à São Luiz la ville la plus française du Brésil , Capitale de l'état du Maranhão;
5 jours dans les Lençois Maranhenses. Lacs d'eau claire, rivières, plages d'eau douce et dunes de sable;
EN OPTION: 2 jour à Alcântara, plage, artisanat, fêtes et danses de noirs « Quilombolas ».
Les Quilombolas : en brésilien : La communauté des esclaves noirs-marrons.
Le " nègre marron " est l'esclave qui s'est enfui de chez son propriétaire, et qui s'est réfugié dans une région difficilement accessible.
Certaines communautés de Quilombolas ont été retrouvées il y a 15 ans seulement dans des régions très reculées de la Goias, sur le plateau central brésilien. Ils vivaient à l’écart total de la civilisation et ne savaient probablement pas que l’esclavage avait été aboli depuis plus d’un siècle…
TOURISME INSOLITE - Société Francophone pour le Développement du Tourisme Solidaire et Durable au Brésil.
(Sociedade Francofonica pelo Desenvolvimento do Turismo Solidário e Sustentável no Brasil)
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MACHADO DE ASSIS, NA REVISTA DA ABRIL

MACHADO DE ASSIS, NA REVISTA DA ABRIL

Publicada em:17/09/2008

Por Urariano Motta, escritor e jornalista (*)
Artigo originalmente publicado no site "Direto da Redação", editado em Miami.

Recife (PE) - O centenário da morte de Machado de Assis tem dado margem às mais justas homenagens ao escritor. Mas nada se compara à que lhe fez o último número da revista Nova Escola, da editora Abril. Já na capa, ela anuncia: “No ano dedicado ao nosso maior escritor, saiba como trabalhar seus clássicos textos literários com alunos a partir do 3º. ano”. Ainda que vacinado contra os enganos da imprensa, não pude resistir. Quem sabe?, eu me dizia, pára de ser casmurro. Um órgão da Fundação Victor Civita é diferente. Afinal, a Nova Escola não é o mesmo que a revista Veja.

Entrei na revista, bem. Logo em um intertítulo da matéria – Contos para pequenos – o espírito de Machado é expulso: “Nos ciclos iniciais, o ideal é começar a trabalhar Machado pelos contos, compreensíveis por leitores de qualquer idade e com uma história bem próxima da realidade infantil”. O leitor leu o que entendeu. Isto: os contos são mais simples que os romances. Mas contos não são mais simples que romances; contos podem ser tão complexos quanto romances; a extensão de uma narrativa não é o seu número de linhas; a extensão do que se lê é a duração na alma do leitor; pelo peso, volume e número de linhas, qualquer catálogo telefônico é mais complexo que Missa do Galo.

Para crianças do 3º. ao 5º. ano, o Conto de Escola é assim apresentado: “...As antíteses e os paradoxos permitem levantar uma série de discussões em sala de aula. Um dos objetivos dessa leitura é a distinção entre conto e outros gêneros, como apólogo, fábula e lenda”. No entanto, em Conto de Escola o que menos importa são as antíteses e os paradoxos. E conto, como gênero, não é diferente do apólogo, fábula ou lenda.

Chegamos à seqüência didática para Um Apólogo, indicado para estudantes do 4º. e do 5º. ano.

“Material necessário: Cópias de Um Apólogo para todos. Livros e sites de História sobre o Rio de Janeiro do século 19. Caixa de costura com agulha, linha e alfinete e um pedaço de tecido”.

Vocês leram o que entenderam: “caixa de costura com agulha, linha e alfinete e um pedaço de tecido”. Isso porque, no apólogo, dialogam uma agulha e uma linha, mais a reflexão de um alfinete! Imaginem como seria a leitura das Memórias Póstumas de Brás Cubas. Cenário de caixões de defunto, funerárias, cemitérios, com pedras tumulares trazidas para dentro da sala de aula. Vozes do além, esqueletos, e vermes, melhor, só um, o primeiro deles em uma corrida, porque a ele se dedicam as memórias póstumas!

Então chegamos ao ápice. Para os alunos do 9º. ano leva-se o romance Dom Casmurro. Prometo ser imparcial e mudo como uma porta ou uma parede. Apenas transcrever. Por isso vamos à seqüência didática de trabalho para o livro:

“OBJETIVO – Ampliação da capacidade de análise literária. CONTEÚDO – Análise do foco narrativo. TEMPO ESTIMADO – Cinco aulas. ...2ª. ETAPA – Os estudantes devem terminar a leitura do livro, se possível, sozinhos....”.

Mas devo logo terminar o pacto. Não podemos deixar de nos deter em Dom Casmurro para um tempo estimado de 5 aulas. Nem, muito menos, para a meta de alunos terminarem a leitura desse livro sozinhos. Há um erro de raiz, que derruba e põe por terra as intenções de um Machado para todos nesses termos.

Deus e o Diabo sabem, e a experiência confirma que o Machado maduro não é compreendido pelos anos imaturos. Observem que o Dom Casmurro, para as turmas do 9º. ano, passa a ser distribuído entre jovens de idades em torno de 15 anos. Imaginem como as digressões, chistes, circunlóquios, paráfrases, paródias, ironias, metáforas, inversões podem ser compreendidas por meninos e meninas em cinco aulas. Ora cinco. Multipliquem-nas por vinte.

Daí que as intenções, na aparência mais pedagógicas, reduzam a complexidade de uma prosa livre às linhas exteriores da trama. Como se escreve na revista, abaixo do intertítulo Romances para os jovens : “No 7º, é viável começar a trabalhar com as grandes histórias de Machado. Um dos títulos que se encaixa bem nessa faixa etária é Dom Casmurro. O enredo gira em torno de Bentinho, um jovem aristocrata carioca, que desconfia que a mulher, Capitu, cometeu adultério”.

Machado na Abril: bom para cortar cabecinhas.

OBAMA, O FILHO DA MÃE!

O que pode ser e é esta mulher nas nossas vidas?
- Construtoras, orientadoras, devastadoras, irresponsáveis, ausentes, dedicadas, presentes, revolucionárias, opressoras, companheiras, professoras, destruidoras - não importa, com certeza algo de bom nos acrescentarão.

Obrigada e eterna gratidão a todas mães que tive e tenho.

AXÉ!
Marcos Cardoso


OBAMA, O FILHO DA MÃE!


Por Urariano Motta, escritor e jornalista (*)
Artigo originalmente publicado no site "Direto da Redação", editado em Miami.
http://www.diretodaredacao.com/


Na vitória de Barack Obama há um aspecto original que não vem sendo notado. "Há muitos aspectos, colunista apressado", poderia ser dito. Tentarei explicar.

Além do mais claro, quero dizer, além do fato mais óbvio, de Obama ser o primeiro negro eleito para a presidência dos Estados Unidos, me chama atenção que na sua vida há uma vitória sem ruído de pessoas "derrotadas", ou marginalizadas na cultura da sociedade norte-americana. Para ser mais preciso, na sua vitória há uma vitória muito especial da sua mãe.

A mãe de Obama, Stanley Ann Dunham, foi uma pessoa rara já a partir do nome com que foi batizada. O pai queria um filho homem, e se compensou , ou se vingou, impondo-lhe um nome de homem. Para quê? O bom da vida são as limonadas que fazemos dos limões que nos atiram.

Stanley Ann, para a sociedade americana em 1960, não demorou a mostrar a que veio. Aos 18 anos, conheceu o negro Barack Hussein Obama na Universidade do Havaí, em uma aula de... russo! Branca, namorou o jovem queniano, casou... queremos dizer, juntou suas roupas e livros às dele, e teve Barack Hussein Obama Jr.

Como a estabilidade não era bem o seu ideal, separou-se poucos anos depois. Em 1964, ainda irrecuperável, Stanley Ann voltou à faculdade para se formar e casar à sua maneira mais uma vez: uniu-se a um estrangeiro não-branco, o indonésio Lolo Soetoro.

Stanley Ann era não só diferente, rebelde, por intuição. Antropóloga, escreveu uma dissertação de 800 páginas sobre os trabalhos de serralheria dos camponeses de Java. Trabalhando para a Fundação Ford, defendeu o direito das mulheres trabalhadoras e ajudou a criar um sistema de microcréditos para os pobres.

Maya Soetoro-Ng, a meia-irmã de Obama, afirmou recentemente sobre a mãe: "essa era basicamente a sua filosofia de vida; não nos limitarmos por medo de definições estreitas, não erguermos muros à nossa volta e nos empenharmos ao máximo para encontrarmos a afinidade e a beleza em locais inesperados".

Stanley Ann Dunham morreu de câncer no ovário em 1995. O pai, a quem Obama dedicara um livro, ele mal viu, depois dos dois anos de idade. Por isso afirmou, o primeiro homem negro eleito para a presidência dos Estados Unidos: "eu creio que se eu soubesse que a minha mãe não iria sobreviver à doença, eu escreveria um livro diferente - menos meditação sobre o pai ausente, mais celebração da mãe que era a única coisa constante em minha vida", escreveu no prefácio de suas memórias, "Sonhos De Meu Pai".

E acrescentou: "eu sei que ela era a mais gentil, o espírito mais generoso que já conheci e o que existe de melhor em mim eu devo a ela". Para essa Ann, mulher estranha para os valores dominantes, delicada e rebelde, na campanha eleitoral Obama chamava de a sua "mãe solteira".

O presidente eleito não repete, é claro, o pensamento, os atos e as convicções da mãe. Se assim fosse, não teria chegado aonde chegou. Mas sem as idéias de Stanley Ann Dunham, Barack Hussein Obama Jr. não teria tido a mais remota possibilidade de existir.

Em lugar do "sonho americano", que toda imprensa proclama, Obama é antes uma vitória do pensamento e de idéias não-conservadoras, que estavam no limite dos marginalizados hippies. E os hippies, vocês lembram, naqueles malditos tempos acabavam nas prisões, ou como em Easy Rider, sob tiros de espingarda.

Em 2008, um filho de mãe solteira, de uma irrecuperável, é eleito presidente.

Para essa nova história, somente espero não ser um colunista muito apressado.
Luiz S. Belisário

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Íntegra do discurso de vitória de Barack Obama

Íntegra do discurso de vitória de Barack Obama

Presidente eleito discursou por volta das 23h locais, 3h em Brasília.
Ele falou para mais de 100 mil pessoas no Grant Park de Chicago.

Leia o discurso completo do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, pronunciado diante de mais de 100 mil pessoas no Grant Park de Chicago (Illinois) por volta das 23h locais (3h, horário de Brasília):

"Olá, Chicago!

Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.

É a resposta dada pelas filas que se estenderam ao redor de escolas e igrejas em um número como esta nação jamais viu, pelas pessoas que esperaram três ou quatro horas, muitas delas pela primeira vez em suas vidas, porque achavam que desta vez tinha que ser diferente e que suas vozes poderiam fazer esta diferença.

É a resposta pronunciada por jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterossexuais, incapacitados ou não-incapacitados.

Americanos que transmitiram ao mundo a mensagem de que nunca fomos simplesmente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos e estados azuis.

Somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.

É a resposta que conduziu aqueles que durante tanto tempo foram aconselhados por tantos a serem céticos, temerosos e duvidosos sobre o que podemos conseguir para colocar as mãos no arco da História e torcê-lo mais uma vez em direção à esperança de um dia melhor.

Demorou um tempo para chegar, mas esta noite, pelo que fizemos nesta data, nestas eleições, neste momento decisivo, a mudança chegou aos EUA.

Esta noite, recebi um telefonema extraordinariamente cortês do senador McCain.

O senador McCain lutou longa e duramente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e duramente pelo país que ama. Agüentou sacrifícios pelos EUA que sequer podemos imaginar. Todos nos beneficiamos do serviço prestado por este líder valente e abnegado.

Parabenizo a ele e à governadora Palin por tudo o que conseguiram e desejo colaborar com eles para renovar a promessa desta nação durante os próximos meses.

Quero agradecer a meu parceiro nesta viagem, um homem que fez campanha com o coração e que foi o porta-voz de homens e mulheres com os quais cresceu nas ruas de Scranton e com os quais viajava de trem de volta para sua casa em Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

E não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos, a rocha de nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama da nação, Michelle Obama.

Sasha e Malia amo vocês duas mais do que podem imaginar. E vocês ganharam o novo cachorrinho que está indo conosco para a Casa Branca.

Apesar de não estar mais conosco, sei que minha avó está nos vendo, junto com a família que fez de mim o que sou. Sinto falta deles esta noite. Sei que minha dívida com eles é incalculável.

A minha irmã Maya, minha irmã Auma, meus outros irmãos e irmãs, muitíssimo obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a todos vocês. E a meu diretor de campanha, David Plouffe, o herói não reconhecido desta campanha, que construiu a melhor campanha política, creio eu, da história dos Estados Unidos da América.

A meu estrategista chefe, David Axelrod, que foi um parceiro meu a cada passo do caminho.

À melhor equipe de campanha formada na história da política. Vocês tornaram isto realidade e estou eternamente grato pelo que sacrificaram para conseguir.

Mas, sobretudo, não esquecerei a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.

Nunca pareci o candidato com mais chances. Não começamos com muito dinheiro nem com muitos apoios. Nossa campanha não foi idealizada nos corredores de Washington. Começou nos quintais de Des Moines e nas salas de Concord e nas varandas de Charleston.

Foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que recorreram às parcas economias que tinham para doar US$ 5, ou US$ 10 ou US$ 20 à causa.

Ganhou força dos jovens que negaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram para trás suas casas e seus familiares por empregos que os trouxeram pouco dinheiro e menos sono.

Ganhou força das pessoas não tão jovens que enfrentaram o frio gelado e o ardente calor para bater nas portas de desconhecidos, e dos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários e organizaram e demonstraram que, mais de dois séculos depois, um Governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Esta é a vitória de vocês.

Além disso, sei que não fizeram isto só para vencerem as eleições. Sei que não fizeram por mim.

Fizeram porque entenderam a magnitude da tarefa que há pela frente. Enquanto comemoramos esta noite, sabemos que os desafios que nos trará o dia de amanhã são os maiores de nossas vidas - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século.

Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos valentes que acordam nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para dar a vida por nós.

Há mães e pais que passarão noites em claro depois que as crianças dormirem e se perguntarão como pagarão a hipoteca ou as faturas médicas ou como economizarão o suficiente para a educação universitária de seus filhos.

Há novas fontes de energia para serem aproveitadas, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para serem construídas e ameaças para serem enfrentadas, alianças para serem reparadas.

O caminho pela frente será longo. A subida será íngreme. Pode ser que não consigamos em um ano nem em um mandato. No entanto, EUA, nunca estive tão esperançoso como estou esta noite de que chegaremos.

Prometo a vocês que nós, como povo, conseguiremos.

Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas.

Mas, sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nos afrontam. Ouvirei a vocês, principalmente quando discordarmos. E, sobretudo, pedirei a vocês que participem do trabalho de reconstruir esta nação, da única forma como foi feita nos EUA durante 221 anos, bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada sobre mão calejada.

O que começou há 21 meses em pleno inverno não pode acabar nesta noite de outono.

Esta vitória em si não é a mudança que buscamos. É só a oportunidade para que façamos esta mudança. E isto não pode acontecer se voltarmos a como era antes. Não pode acontecer sem vocês, sem um novo espírito de sacrifício.

Portanto façamos um pedido a um novo espírito do patriotismo, de responsabilidade, em que cada um se ajuda e trabalha mais e se preocupa não só com si próprio, mas um com o outro.

Lembremos que, se esta crise financeira nos ensinou algo, é que não pode haver uma Wall Street (setor financeiro) próspera enquanto a Main Street (comércio ambulante) sofre.

Neste país, avançamos ou fracassamos como uma só nação, como um só povo. Resistamos à tentação de recair no partidarismo, na mesquinharia e na imaturidade que intoxicaram nossa vida política há tanto tempo.

Lembremos que foi um homem deste estado que levou pela primeira vez a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre os valores da auto-suficiência e da liberdade do indivíduo e da união nacional.

Estes são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata conquistou uma grande vitória esta noite, fazemos com certa humildade e a determinação para curar as divisões que impediram nosso progresso.

Como disse Lincoln a uma nação muito mais dividida que a nossa, não somos inimigos, mas amigos. Embora as paixões os tenham colocado sob tensão, não devem romper nossos laços de afeto.

E àqueles americanos cujo apoio eu ainda devo conquistar, pode ser que eu não tenha conquistado seu voto hoje, mas ouço suas vozes. Preciso de sua ajuda e também serei seu presidente.

E a todos aqueles que nos vêem esta noite além de nossas fronteiras, em Parlamentos e palácios, a aqueles que se reúnem ao redor dos rádios nos cantos esquecidos do mundo, nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é comum e começa um novo amanhecer de liderança americana.

A aqueles que pretendem destruir o mundo: vamos vencê-los. A aqueles que buscam a paz e a segurança: apoiamo-nos.

E a aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda ilumina tão fortemente: esta noite demonstramos mais uma vez que a força autêntica de nossa nação vem não do poderio de nossas armas nem da magnitude de nossa riqueza, mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e firme esperança.

Lá está a verdadeira genialidade dos EUA: que o país pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conseguimos nos dá esperança sobre o que podemos e temos que conseguir amanhã.

Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta.

Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele.

Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.

Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Podemos.Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Podemos.Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Podemos.

Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: "Superaremos". Podemos.

O homem chegou à lua, um muro caiu em Berlim e um mundo se interligou através de nossa ciência e imaginação.E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar.Podemos.EUA avançamos muito. Vimos muito. Mas há muito mais por fazer. Portanto, esta noite vamos nos perguntar se nossos filhos viverão para ver o próximo século, se minhas filhas terão tanta sorte para viver tanto tempo quanto Ann Nixon Cooper, que mudança virá? Que progresso faremos?Esta é nossa oportunidade de responder a esta chamada. Este é o nosso momento. Esta é nossa vez.Para dar emprego a nosso povo e abrir as portas da oportunidade para nossas crianças, para restaurar a prosperidade e fomentar a causa da paz, para recuperar o sonho americano e reafirmar esta verdade fundamental, que, de muitos, somos um, que enquanto respirarmos, temos esperança.E quando nos encontrarmos com o ceticismo e as dúvidas, e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com esta crença eterna que resume o espírito de um povo: Podemos.

Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América".

Barack Obama - Aqui, a vitória negra não acabou em festa

Barack Obama

Aqui, a vitória negra não acabou em festa

Roquildes Ramos Silveira *

Barack Hussein Obama, 44º Presidente eleito para governar os Estados Unidos. Quem de nós ainda duvida de sua origem negra? Pois é, ele é o primeiro negro na história dessa nação a ocupar o cargo mais importante para o mundo. A Presidência dos Estados Unidos.

O mundo está festejando, e nós o que estamos fazendo? Vários países, principalmente, do continente da África, estão em festa comemorando esse fato histórico, pois, no campo da simbologia reacende possibilidades propositivas para a humanidade, contrário, portanto ao autoritarismo político, econômico e militar, marcas impositivas de governabilidade entre os Estados Unidos e o restante do mundo.

E para nós brasileiros (negros e negras) que importância tem para a nossa nação a eleição de Barack Hussein Obama, em que aspecto será para nós positiva? Esta resposta, analisando todos os ângulos e dimensão, não deverá ser manifestada de forma apressada, logo, inconseqüente, haja vista que no Brasil, apesar do seu recente fortalecimento econômico, ainda, é um país considerado emergente em desenvolvimento e dependente das políticas econômicas Estadunidenses. Contudo, não há como negar que o fato em si representa um acontecimento extraordinário, acalentando a esperança do respeito aos Direitos Humanos, ente outros Direitos e Garantias Fundamentais, e a Soberania das demais nações.

Aqui entre nós, que durante muito tempo vivemos numa condição legitimada de escravidão, que ainda hoje assiste a perpetuação dos efeitos dessa escravidão é um choque acreditar que um dia isso fosse possível, pois, ao contrário desse acontecimento histórico, o Brasil está longe de ser uma possibilidade real de acessão no mundo da política, da economia, quanto mais um negro vir a chegar à Presidência da República.

Na verdade, as condições para a população negra em geral são péssimas (com ressalva as conquistas pessoais). Sendo assim, os negros e negras brasileiras raramente ocupam e ocuparão um espaço na classe privilegiada do Poder, seja na administração pública ou privada. Em pleno século XXI, no Brasil a condição da população negra se restringe ao patrimônio maldito herdado da escravidão. Vivemos na extrema pobreza, no "mercado informal" (a mendicância, a prostituição, a exploração infantil, o emprego desqualificado etc), além disso, nos é imposto pelo neoliberalismo (com fachada de esquerda) uma estrutura educacional degenerada com o objetivo maior (não declarado) de perpetuar o analfabetismo e, conseqüentemente, a marginalização da raça. Este sistema nos impõe como políticas públicas habitacionais as cadeias e penitenciárias (para os jovens e adultos), os asilos (para os velhos), os orfanatos (para as crianças), os manicômios (para os desajustados) tem sido os nossos lugar; construções da modernidade para o controle demográfico do excedente de cor. Conclui-se que apesar de todo avanço alcançado, digo, a "democracia", os descendentes privilegiados da colonização brasileira ainda vêem os desdentes da escravidão como espúrias necessárias para a acumulação de riquezas.

Diante dessa realidade, precisamos refletir amiúde acerca do futuro do Brasil porque é o segundo maior país em população negra do mundo e vivemos, com algumas mudanças aparentes, no que concerne a nossa estética e cultura, como no dia seguinte da "Abolição", sem Poder. As favelas a cada dia se multiplicam, os números de negros e negras sobrevivendo da criminalidade e da prostituição tem aumentado geograficamente. Tal situação não é diferente no governo da "Bahia de Todos Nós". A cada momento vê-se essa consolidação do modelo opressor e degenerativo de grande parte de nossa população sem que nada de concreto seja implementado, a não ser o discurso em nome da "governabilidade", leia-se, deixar tudo como está para não contrariar os interesses econômicos das elites.

O atual Governo não se diferencia dos outros governantes de outrora, pois, como se tem visto não existe proposta séria para a educação pública, nem para a saúde (apesar dos avanços tímidos), tampouco para a economia e o combate ao desemprego que, segundo dados estatísticos, afetam diretamente a condição humana da população negra.

Nota-se então que os negros e negras sempre tiveram um lugar que lhe é reservado (por isso, no modelo atual capitalista nunca estivemos excluídos, ao revés), qual seja, rir, segurar a bandeira da esquerda e aplaudir os governantes, entre tantas outras funções que temos executado para ganhamos o pão de cada dia. Fora isso, quantos dos que "comeram poeira" junto com o atual Governador foram chamados para ocupar postos de destaques e de confiança?

Sendo assim, em que medida podemos afirmar que a vitória do negro Barack é nossa vitória? Infelizmente, muito pouco. A repercussão parece ter sido tímida. A prova disso, que por não estarmos organizados política e economicamente não saímos para comemorar. As nossas ruas não foram ocupadas pelos blocos, nem pelo frevo, muito menos, o sambódromo anunciou a festa que o nosso Planeta preparou para o nosso Povo, nem mesmo os Terreiros de culto Afro rufaram seus tambores dando as boas novas. Enquanto isso, Barack Hussein Obama triunfantemente "fez" com que povos diversos saíssem às ruas celebrando, se abraçando e chorando de felicidade.

A forte influência das teorias marxistas, entre outras, que ajudaram a fundar as bases ideológicas dos movimentos sociais, na América Latina na formação de algumas lideranças do movimento negro, talvez, seja uma das explicações para a nossa tímida reação. Historicamente aprendemos que para sermos conscientes devemos negar tudo que seja produzido pela "América", portanto, tendemos a fazer uma analise de que os negros dos Estados Unidos são tão-somente capitalistas e, não são diferentes de tantos outros.

Então se entende porque não estamos em festa, porque sem poder político e econômico, o que nos resta como possibilidade é ser atores coadjuvantes, figurantes no "teatro" do "Brasil de Todos" e na "Bahia de Todos Nós". Importante lembrar que recentemente saímos de uma eleição e poucos, entre nós, votamos num candidato para vereador ou vereadora por serem negros (e ainda assim, nos orgulhamos da nossa pele, do nosso cabelo e da nossa consciência).

Para que um dia seja possível viver a possibilidade real e concreta de construímos um projeto revolucionário e libertário para o povo negro e para a nossa sociedade, é preciso que nós negros e negras nos unamos e tomemos em nossas mãos a responsabilidade de materializar este projeto, pois, para que o sonho de Martin Luther King se tornasse possível foi necessário muito mais que cotas (indispensáveis ainda entre nós). Fora a determinação de um povo, revestida de muita disciplina que fez do sonho dele, entre tantos outros, como Malcolm X, que incansavelmente lutaram dando a própria vida para que um dia os direitos políticos e econômicos tivessem ao alcance de todos.

Precisamos refletir que herança estamos semeando, pensar nas futuras gerações. É preciso mudar. Deixar de colher e acolher as "migalhas" do banquete dos poderosos.

Estudante de Direito – Para a Disciplina de Direito Econômico. Prof. Deraldo Dias. Coordenador Geral do Sindicato dos Servidores Penitenciários da Bahia e do Núcleo Makota Veldina de Estudantes Negros da UCsal.

ogumder@hotmail.com

Obama e nós, que lições tirar?



Obama e nós, que lições tirar?
Terça-feira, 11 de Novembro de 2008, 10:31


Para mim, a melhor definição deste momento foi dada pelo rapper Jay Z: Rosa Parks sentou-se para que Luther King pudesse andar; Luther King andou para que Obama pudesse correr; Obama correu para que nós possamos voar...

Apesar de ser uma vitória aguardada por muita gente, em mim provocou enorme impacto a eleição de Obama. Uma semana antes um outro jovem negro havia feito história ao se tornar campeão do competitivo e mega elitizado mundo a Fórmula 1. Logo após, um outro jovem, de 47 anos, uma geração apenas, acima da minha, elegeu-se o mais poderoso mandatário do planeta. O homem sobre quem cairão agora as responsabilidades de vida e morte, do destino global, da construção de um futuro melhor e mais justo para todos nós.

A vitória de Obama foi comemorada em todo o mundo e, em alguns lugares, parecia que ali também ele tinha sido eleito. Nas listas do Movimento Negro brasileiro, pululam análises tentando entender o por quê de os EUA, 40 anos após os direitos civis terem se tornado uma realidade lá conseguirem eleger um presidente negro ao passo que aqui nós mal e porcamente não conseguimos eleger nem mesmo um número considerável de vereadores.

Ainda não me manifestei sobre isso e nem sei se quero me manifestar. Para mim as análises sobre estes fatos na verdade estão muito mais no campo das relações políticas que nós mesmos estabelecemos entre nós, do que na fragilidade ou não do nosso sistema político-eleitoral. Para mim, o fato concreto é que se Obama fosse brasileiro, ele teria se lançado candidato num dia e no outro haveria mais três negros, ou negras, se candidatando junto. Ou então, uma meia dúzia de três ou quatro estaria pronta para detoná-lo nos veículos de comunicação, contando seus podres e minando suas possibilidades.

Mas independente dos por quês, acho que está na hora de começarmos a pensar nas construções reais que nos levem nos próximos 10, 15, 20 anos a ter um homem ou uma mulher com reais chances de se eleger à presidência do nosso país...

Por outro lado, isso também é muito relativo. Cinco anos atrás, ninguém havia ouvido falar em Obama. Ele se tornou relevante no cenário político americano quando fez um discurso arrasa-quarteirã o na convenção de seu partido e chamou a atenção pra si.

O que me chama a atenção em Obama é que ele não teve medo de encarar a missão que ele mesmo se deu. Colocou como ideal a busca da presidência e não se apequenou. Pelo contrário, a cada dia tornou-se maior e não abriu mão em momento algum de acreditar que poderia chegar lá. Não tenho dúvidas que o grupo de Hilary Clinton deve tê-lo assediado de tudo quanto era forma. Afinal, ele é novo, em idade e na política, Hilary é senadora duas vezes, ex-primeira dama, mulher tarimbada e mais velha... Na lógica política brasileira política é fila! Obama não quis nem saber e furou a fila com a cara-dura e levou de lambuja a presidência dos EUA e a liderança mundial.

Talvez o que fique como lição no histórico feito americano são algumas questões bem interessantes:

1) O discurso radical e de gueto não funciona mais. Afirmar a negritude não é excluir o outro, mas é buscar um discurso de conciliação e real integração entre os grupos distintos. Obama ousou em falar para a sociedade americana e não apenas para os negros. Ele não buscou se tornar uma liderança negra, buscou se tornar presidente dos EUA e sabia que só conseguiria se tivesse votação entre a população branca. Isso ele viu, foi lá e venceu!

2) A maturidade política dos grupos americanos, principalmente os negros, tornou possível a eleição de Obama e, ao mesmo tempo, nos coloca o desafio de pensar nossa própria realidade como negros da diáspora vivendo as similaridades do caso brasileiro;

3) É chegada a hora de lançarmos novos debates sobre conjuntura política e modus-operandi de maneira que possamos criar condições para superar nossas debilidades e dar alguns passos adiante.

O momento é de comemorar mas também de avaliar; de avaliar e não transformar em xororô, mas pensar que somos testemunhas da história e temos responsabilidades diante dela. Faremos a diferença quando soubermos transformar nossa realidade e a de milhões de negros brasileiros a partir dos aprendizados que possamos ter daqui pra frente.

Fonte: http://palavrasinis tra.blogspot. com - Marcio Alexandre M. Gualberto

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O diferencial Obama

Publicado por Zé Ricardo - 03 DE NOVEMBRO - http://atabaqueblog.blogspot.com/2008/11/o-diferencial-obama.html

O diferencial Obama é a sua atitude pós-racialista sem deixar de ser negro.


Obama lida com sua identidade racial como um maestro; ele tem como seu grande trunfo ser filho de um casal bi-racial em que sua mãe uma mulher branca de classe média liberal casou-se com um estudante africano do Quênia e posteriormente com um indonésio criando um legado de respeito e admiração às diferenças.

A imagem “http://seattletimes.nwsource.com/ABPub/2008/04/07/2004333750.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

Obama tem em sua identidade bi-racial uma vantagem, ainda que isto ameaçe os sonhos segregacionistas de grupos brancos e negros, ele não deixa de atrair estes grupos numa insólita convergência.

Ambos crêem que a vitória de Obama vá revigorar o orgulho racial que se encontra ameaçado e que MacCein não conseguiria criar este mesmo efeito.

Porém, o que Obama melhor representa na sociedade americana atual é a possibilidade de unir ou talvez refundar a América rompendo com seu paradigma segregacionista.

O apoio a Obama veio se consolidando por ele ser um não-ressentido com o passado escravista norte-americano por ele não descender de escravos, sobre ele não pesa para o imaginário branco norte-americano qualquer culpa histórica.

Obama representa assim o desejo de uma significativa parcela da população branca norte-americana de esquecer ou superar o passado escravista, ele é visto como uma oportunidade para isso.

Com Obama eleito o significado de ser afro-americano vai colocar o debate racial em uma nova dimensão e com um outro signifcado.

Há entre a população norte-americana um aumento do número de mestiços que estão optando por se declararem multiraciais ou biraciais em vez de se considerarem brancos ou negros como foi verificado no censo de 2000 onde 6 milhões se declararam desta forma.

Com isso, o princípio de pureza racial e sua justificativa segregacionista - one drop rule - de que uma gota de sangue negro determina uma identidade racial em termos antagônicos o que vem sendo enfraquecido com as novas gerações.

Contudo, Obama optou por uma identidde negra em vez de ficar indeciso entre duas identidades, mas ao mesmo tempo ele expandiu o significado da sua identidade ao rejeitar uma única base racial e sua noção estreita e reducionistas de uma autenticidade que fosse excludente.


Obama se tornou um incentivo para as pessoas se verem e aceitarem sua mistura racial como positiva; como ele próprio faz ao escolher sua identidade negra sem excluir sua descendencia branca.

E que significados seriam esses de uma identidade negra reconstruída numa perspectiva pós-racial?

Isto certamente vai implicar em que as novas identidades sejam construídas cada vez mais pautadas por valores éticos e simbólicos destituídos de hipocrisias puristas e supremacistas geradoras dos antagonismos opressores sem deixarem de estar referidas em suas diferenças a suas tradições ontológicas.

COMO NASCE UM PARADIGMA

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os

cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão.

Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancada.

Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada.

Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:

"Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."

Isso, ou esse comportamento, essa resposta, não te parecem familiar??? POR QUE CONTINUAMOS A FAZER O QUE FAZEMOS SE EXISTE OUTRA FORMA DE FAZÊ-LO? (AUTOR DESCONHECIDO)

"É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO" (Albert Einstein)