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Unimontes omite, distorce fatos e culpa professor pela própria demissão
A culpa é da vítima
- Universidade Estadual de Montes Claros divulga nota mentirosa atribuindo culpa pela demissão do professor Anelito de Oliveira a ele mesmo
- Universidade Estadual de Montes Claros divulga nota mentirosa atribuindo culpa pela demissão do professor Anelito de Oliveira a ele mesmo
Depois de repercussão negativa sobre demissão arbitrária do professor Anelito de Oliveira denunciada pelo Em cima da notícia, a Unimontes divulgou nota oficial ontem à tarde enunciando mentiras e insinuando que o profissional, vítima de perseguição política temperada com racismo institucional e assédio moral, é o grande culpado pelo drama que está vivenciando.
Segundo a nota, o professor Anelito de Oliveira foi demitido em razão do fim do seu contrato de trabalho com a instituição no dia 21 de fevereiro passado. Na verdade, o fim de um contrato de designação de professor, conforme apurado por nossa reportagem, não significa demissão. O professor, devidamente aprovado em processo seletivo simplificado, pode ter seu contrato renovado semestral ou anualmente.
“A nota ultrapassa os limites da mentira e beira a injúria”, segundo refutação indignada do professor. A manifestação da instituição sequer menciona que Anelito de Oliveira submeteu-se a processo seletivo simplificado realizado em 2016 no departamento de comunicação e letras e foi aprovado em primeiro lugar na área de estudos literários. É esse documento que atualmente rege o processo de designação no referido departamento.
“A nota mente descaradamente e estabelece ilações caluniosas a meu respeito”, rebate Oliveira, referindo-se ao ponto em que o texto em questão diz que o professor “estranhamente não se submeteu a processo democrático de concurso público em 2014 e que não manifestou interesse em assumir aulas no campus da Unimontes em Unaí no dia 27 de dezembro passado, quando se realizou a distribuição de encargos a designados no departamento de comunicação e letras da Universidade”.
Anelito de Oliveira apresentou provas abundantes ao Em cima da notícia de que vinha manifestando há dois meses seu interesse em assumir os encargos no campus Unaí, uma vez que seus colegas perseguidores no departamento de letras, com a anuência do reitor e do colegiado do programa de pós-graduação em estudos literários, não o deixaram assumir sequer parte dos encargos (20h/aula) em Montes Claros, condenando-o a uma espécie de banimento.
Sobre o concurso público "democrático" realizado em 2014, o professor diz que as inúmeras ações movidas à época contra esse certame, denunciando fraudes diversas, são suficientes para provar que estranho mesmo é alguém estranhar que ele, assim como tantos outros profissionais íntegros no país, tenha se recusado a se submeter a esse processo. Ele destaca, por exemplo, o absurdo de professores das áreas de história e filosofia participarem de bancas de amigos em concursos para professor de literatura do departamento de comunicação e letras.
“Todavia, ao trazer à tona essa questão do concurso, a Unimontes procura, através de sua prepotente nota anônima, apenas desviar o foco da questão”, considera. Não tem sentido, segundo seu ponto de vista, sacrificar um professor pelo fato de ser designado, uma vez que a Unimontes foi construída por professores designados e ainda funciona graças à mão de obra de centenas de professores designados.
O professor Anelito de Oliveira acusa a nota divulgada pela Unimontes de faltar com verdade ao dizer que o Programa de Pós-graduação em Estudos Literários, para cuja criação e consolidação ele tanto contribuiu, negou-se a aceitar a sua reintegração, solicitada em novembro do ano passado. O Programa formou uma comissão em novembro do ano passado, integrada inclusive por desafetos acadêmicos do professor, que até ontem não havia se pronunciado sobre sua solicitação, apesar de inúmeras solicitações feitas por ele.
"As evasivas perversas contidas na nota da Unimontes", afirma o professor, "só confirmam que estamos diante de um caso de perseguição ideológica, com doses evidentes de racismo institucional". Ele insiste em ressaltar que sua demissão é o ápice de um processo de inviabilização de sua carreira na Unimontes que remonta a 2009, quando foi vítima de assédio moral na instituição e denunciou o fato em carta aberta a professores e alunos.
"Já naquele momento passei a experienciar na Unimontes aquela situação que dificulta o combate ao racismo no Brasil: a culpa é da vítima", recorda Anelito de Oliveira, esclarecendo que a consequência da sua indignação naquela época foi abertura de processo administrativo contra ele pelo então reitor da Unimontes, Paulo César de Almeida, expediente que o submeteu a cerca de dois anos de interrogatórios, impedindo-o de exercer quaisquer cargos administrativos, uma verdadeira tortura. Naquela época, não conseguiram demiti-lo em razão da lei 100, que o assegurava; agora, passando pelo processo seletivo simplificado vigente, numa descumprimento da lei amparado pelo governo autoritário que está à frente do país, estão conseguindo fazê-lo. "Coisas do golpe", arremata o professor.
Segundo a nota, o professor Anelito de Oliveira foi demitido em razão do fim do seu contrato de trabalho com a instituição no dia 21 de fevereiro passado. Na verdade, o fim de um contrato de designação de professor, conforme apurado por nossa reportagem, não significa demissão. O professor, devidamente aprovado em processo seletivo simplificado, pode ter seu contrato renovado semestral ou anualmente.
“A nota ultrapassa os limites da mentira e beira a injúria”, segundo refutação indignada do professor. A manifestação da instituição sequer menciona que Anelito de Oliveira submeteu-se a processo seletivo simplificado realizado em 2016 no departamento de comunicação e letras e foi aprovado em primeiro lugar na área de estudos literários. É esse documento que atualmente rege o processo de designação no referido departamento.
“A nota mente descaradamente e estabelece ilações caluniosas a meu respeito”, rebate Oliveira, referindo-se ao ponto em que o texto em questão diz que o professor “estranhamente não se submeteu a processo democrático de concurso público em 2014 e que não manifestou interesse em assumir aulas no campus da Unimontes em Unaí no dia 27 de dezembro passado, quando se realizou a distribuição de encargos a designados no departamento de comunicação e letras da Universidade”.
Anelito de Oliveira apresentou provas abundantes ao Em cima da notícia de que vinha manifestando há dois meses seu interesse em assumir os encargos no campus Unaí, uma vez que seus colegas perseguidores no departamento de letras, com a anuência do reitor e do colegiado do programa de pós-graduação em estudos literários, não o deixaram assumir sequer parte dos encargos (20h/aula) em Montes Claros, condenando-o a uma espécie de banimento.
Sobre o concurso público "democrático" realizado em 2014, o professor diz que as inúmeras ações movidas à época contra esse certame, denunciando fraudes diversas, são suficientes para provar que estranho mesmo é alguém estranhar que ele, assim como tantos outros profissionais íntegros no país, tenha se recusado a se submeter a esse processo. Ele destaca, por exemplo, o absurdo de professores das áreas de história e filosofia participarem de bancas de amigos em concursos para professor de literatura do departamento de comunicação e letras.
“Todavia, ao trazer à tona essa questão do concurso, a Unimontes procura, através de sua prepotente nota anônima, apenas desviar o foco da questão”, considera. Não tem sentido, segundo seu ponto de vista, sacrificar um professor pelo fato de ser designado, uma vez que a Unimontes foi construída por professores designados e ainda funciona graças à mão de obra de centenas de professores designados.
O professor Anelito de Oliveira acusa a nota divulgada pela Unimontes de faltar com verdade ao dizer que o Programa de Pós-graduação em Estudos Literários, para cuja criação e consolidação ele tanto contribuiu, negou-se a aceitar a sua reintegração, solicitada em novembro do ano passado. O Programa formou uma comissão em novembro do ano passado, integrada inclusive por desafetos acadêmicos do professor, que até ontem não havia se pronunciado sobre sua solicitação, apesar de inúmeras solicitações feitas por ele.
"As evasivas perversas contidas na nota da Unimontes", afirma o professor, "só confirmam que estamos diante de um caso de perseguição ideológica, com doses evidentes de racismo institucional". Ele insiste em ressaltar que sua demissão é o ápice de um processo de inviabilização de sua carreira na Unimontes que remonta a 2009, quando foi vítima de assédio moral na instituição e denunciou o fato em carta aberta a professores e alunos.
"Já naquele momento passei a experienciar na Unimontes aquela situação que dificulta o combate ao racismo no Brasil: a culpa é da vítima", recorda Anelito de Oliveira, esclarecendo que a consequência da sua indignação naquela época foi abertura de processo administrativo contra ele pelo então reitor da Unimontes, Paulo César de Almeida, expediente que o submeteu a cerca de dois anos de interrogatórios, impedindo-o de exercer quaisquer cargos administrativos, uma verdadeira tortura. Naquela época, não conseguiram demiti-lo em razão da lei 100, que o assegurava; agora, passando pelo processo seletivo simplificado vigente, numa descumprimento da lei amparado pelo governo autoritário que está à frente do país, estão conseguindo fazê-lo. "Coisas do golpe", arremata o professor.