O mapeamento etnográfico quilombola iniciou em 2008, especificamente em comunidades não reconhecidas pela Fundação Palmares, órgão do governo federal. Por meio do trabalho do Iteral, foram visitadas 40 comunidades. Destas, 25 já foram reconhecidas e asseguraram o direito constitucional de propriedade sobre a terra.
"As 21 comunidades que iniciaremos a pesquisa esta semana foram reconhecidas entre os anos de 2005 e 2007, antes da participação do Iteral. Nesta época, o processo de certificação era feito de outra maneira. Apesar de certificadas, estas comunidades não possuem nenhum registro de sua história e de sua identidade", explicou Berenita Melo, gerente do núcleo de quilombolas.
Durante as visitas as comunidades, serão coletadas informações referentes à história da localidade, saúde e saneamento, educação, organização social, relação com sujeitos externos, religião e atividades artísticas, entre outros dados.
De acordo com a gerente quilombola, além de ouvir as lideranças de cada comunidade, também serão realizadas entrevistas com os mais velhos e com a juventude.
"O trabalho de campo não é fácil. Temos que provocar a fala. As pessoas não gostam de falar e ficam com medo de voltar a ser escravo. Precisamos chegar com alguém conhecido", disse Berenita.
Além da gerente quilombola, a equipe responsável pelo mapeamento etnográfico é composta por duas cientistas sociais, Sandreana Melo e Vanessa Silva. Ambas auxiliarão no resgate da história e no registro imagético das visitas.
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