quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Professor Anelito - CARTA @OS ALUN@S DA UNIMONTES - UNAÍ MG

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CARTA @OS ALUN@S madrugada de 23 de fevereiro 2019

Prezad@s alun@s, recorro a este canal para comunicar-me com vocês em plena madrugada porque o assunto que tenho a compartilhar é gravíssimo e diz respeito diretamente a vocês que neste momento estão lutando para que a Unimontes permaneça em Unaí, cumprindo com sua obrigação de ofertar a tod@s @s interessad@s o ensino de qualidade, bem como atividades de pesquisa e extensão, de forma a contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de toda a população. 
Nós, professores, somos mediadores desse processo de desenvolvimento, evidentemente, profissionais que, mesmo em meio a todas as dificuldades, constroem com vocês, alun@s, conhecimentos científicos que lhes possibilitem escrever uma nova história pessoal e social. Assim, é impensável falar em Universidade de verdade sem levar em consideração a qualidade dos professores, que é atestada pela sua formação, pela sua experiência e, sobretudo, pelo seu senso ético, seu compromisso inegociável com uma ideia de educação que produza sujeitos sociais  justos, cidadãos responsáveis. E é por ter absoluta certeza de que em 14 anos de atuação na Unimontes sempre procurei colocar em prática essa ideia de educação que aqui compartilho com vocês a minha profunda decepção com a chefe do departamento de comunicação e letras da Unimontes, Professora Sandra Ramos, que, passando por cima de questões de ordem legal e humanitária, decidiu pela não renovação do meu contrato junto à instituição. Tal decisão, segundo mensagem que me foi encaminhada pela professora ontem à noite  depois de quase dois meses de protelação, tem como justificativa aparente o fato de eu não ter feito opção por disciplinas durante distribuição de aulas ocorrida em pleno 27 de dezembro, logo depois do Natal, quando grande parte dos departamentos da instituição ainda não tinham distribuído aulas em razão dos muitos calendários que se impuseram depois das greves. Não fiz opção pelas aulas naquele momento por razões compreensíveis, que a chefe de departamento relutou em compreender e acabou não compreendendo. A primeira dessas razões é que estava enfrentando sério problema de saúde decorrente da alimentação em Unaí, a comida servida em marmitex no apartamento dos professores. Essa comida me havia causado uma intoxicação na semana anterior à do dia 27 de dezembro, impedindo-me, inclusive, de estar em Unaí, conforme comuniquei Via Messenger ao coordenador do campus Unaí, Professor Fábio Eleutério. Ao nos submeter a cerca de cinco horas de espera para fazer opção por aulas naquele dia 27 de dezembro, a professora Sandra Ramos acabou por agravar o meu estado de saúde, chegando mesmo a me desestabilizar emocionalmente no momento da escolha das aulas ao fazer comentários inconvenientes sobre minha atuação em Unaí, coisas que me soaram bastante ofensivas, como "estão reclamando  muito do senhor", o que obviamente caracteriza assédio moral. Outra razão pela qual não fiz opção pelas aulas naquele momento foi porque, conforme comuniquei também à professora, estava aguardando resposta do Ppgl (Programa de Pós-graduação em Letras) sobre solicitação que havia feito para reingresso nesse programa, do qual me havia afastado em 2018 em razão do excesso de aulas no campus Unaí. Meu intuito era assumir 20hs aula no Ppgl e 20hs aula no campus Unaí, o que se justifica em razão da minha vasta experiência em pesquisa na instituição, minha produtividade bibliográfica, meus 12 anos de doutoramento, meus 03 anos de pos-doutoramento e cinco estágios de pesquisa em Universidades europeias.  Fui um dos membros fundadores do Ppgl/Unimontes e atuei por cinco anos no Mestrado em Desenvolvimento Social da Unimontes, o que, somado, significa quase 14 anos de dedicação à pos-graduação na instituição,   uma gama considerável de Cursos ministrados e orientações. Infelizmente,  o colegiado do Ppgl não atendeu à minha solicitação de reingresso, tratou todos os meus apelos de forma protocolar, burocrática, fazendo pouco caso de toda a contribuição que dei ao programa. Esse pouco caso acabou por deixar a Professora Sandra Ramos muito à vontade para justificar a não renovação do meu contrato com uma suposta falta de encargos para compor um cargo de 40hs. Trata-se, todavia, de justificativa aparente, que não constitui justificativa real, uma vez que sou o primeiro colocado no processo seletivo que rege o processo de designação atualmente no âmbito dos estudos literários. Há dois meses venho dizendo à Professora Sandra Ramos, ao diretor   interino do Cch no mês de Janeiro, Professor Jânio Marques, e até ao Reitor atual da instituição, professor padre Antonio Alvimar, que gostaria de assumir as 40hs no campus Unaí, por uma questão de direito garantido pelo processo seletivo simplificado, uma vez que o Ppgl/Unimontes, num ato visivelmente hostil a minha pessoa, não admite meu reingresso. Como entender que durante dois meses, período em que vivenciei uma grande angústia por não saber qual seria o meu destino na Unimontes, nenhuma dessas autoridades competentes tenha se dignado a dar uma resposta objetiva a um professor sobre questão tão grave, que envolve a sua carreira, o processo educacional em curso sob sua responsabilidade no campus Unaí, a sua sobrevivência, a sobrevivência dos seus dependentes? Gostaria muito que vocês, alun@s
de hoje e professores de amanhã  (talvez da própria Unimontes) meditassem sobre esta situação, tirassem sua própria conclusão e agissem, não a meu favor, mas a favor da justiça. Vocês, mais do que ninguém, têm autoridade para julgar o meu trabalho, meu profissionalismo, minha conduta. Não tenho dúvida que o que está acontecendo tem relação direta com o último processo de escolha do Reitor da instituição. Vocês sabem que não apoiei o professor padre Antônio Alvimar, que foi abertamente apoiado pela chefe do Departamento de Comunicação e Letras. Não esperava que fosse sacrificado por isso, que o fato de apoiar e pedir a vocês que apoiassem outros candidatos me custaria o próprio emprego. Estamos (ainda) numa democracia legal, temos liberdade de escolha e de expressão, não deixemos que o autoritarismo, com seu rol de práticas violentas, apodere-se das instituições públicas. Precisamos que a  Unimontes fique em Unaí, bem como em todas as outras cidades onde estão seus campi, mas como referência de democracia, de respeito aos direitos humanos, de justiça social. Lutemos por isso com todas as forças. Lutarei no judiciário para garantir o meu direito como mais um exemplo, entre tantos que quis ofertar pela vida, de resistência necessária às injustiças. Obrigado a tod@s vocês pelo carinho e respeito nestes quatro anos de trabalho no campus Unaí, um trabalho que espero continuar. 
Abraço fraterno. Prof. Anelito de Oliveira

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